Acordei mais cedo e peguei o Glauco na sala, lendo o meu diário escondido. Quis quebrar-lhe a cara, mas desisti: era impossível brigar com o Glauco. Tímido, espalhafatoso, sempre com seu violão, ficávamos os dois cantando “Cajuína” durante horas.
Nós dois da roça, ali, naquela cidade enorme no apartamento do Henfil, nosso ídolo e irmão. Henfil que nos gozou uma semana por estarmos lendo os livros do Castañeda. Bobagens esotéricas, segundo ele. Tivemos nossa vingança: chegamos um dia da rua e flagramos Henfil lendo escondido Castañeda, de quem havia comprado todos os livros.